O consumo de produtos de origem animal consubstancia-se numa hegemonia atuante, o que torna a sua reprodutibilidade previsível, amiúde normativa. Contudo, a exploração / consumo dos 'animais de produção' apresenta preocupantes impactos (cada vez mais documentados por ONGs): na saúde humana, nos animais, ambiente, e (danosa) gestão de recursos naturais.
Sustenta-se que as representações culturais desempenham um papel central no agudizar destas problemáticas, através do incentivo / manutenção de determinadas perceções sociais em torno dos animais, mediante duas ordens estruturantes: uma que atua pela omissão das práticas exploratórias a que estão sujeitos; e uma outra que atua pela mitificação (i.e.: em relação às suas características, como vivem, etc.).
Esta investigação pretende constituir enquanto casos de estudo representações paradigmáticas sobre animais, ou produtos derivados, e averiguar a suas (potenciais) repercussões no tecido social.
Adicionalmente, através da consulta de relatórios da agropecuária portuguesa, bem como da inquirição a indivíduos de contextos exploratórios, pretende-se compreender as práticas e atitudes humanas para com os animais.